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Agrogarante debateu o impacto da Covid 19 e as Perspetivas Futuras para o setor Agrícola e Agroindustrial

2021-04-25

No dia 22 de abril de 2021 a Agrogarante realizou o Webinar "O Setor Agrícola e Agroindustrial - Impacto da Covid 19 e Perspetivas Futuras". José Fernando Figueiredo, Presidente da Agrogarante iniciou a Sessão na qual marcaram presença Rui Martinho, Secretário de Estado da Agricultura e Beatriz Freitas, Presidente Executiva do Banco Português de Fomento.

No debate marcaram presença Francisco Avillez, Coordenador Científico da AGRO.GES, Hugo Lobo, Vogal do Conselho Diretivo do IFAP e Eduardo Sousa e Oliveira, Presidente da CAP.

O Webinar centrou-se em questões essenciais para o setor, nomeadamente os desafios colocados pela Covid 19, a forma como o setor tem vindo a fazer face aos mesmos e ainda nas perspetivas futuras para o setor.

Desde 2020, com o surgimento da pandemia que, apesar de todos os constrangimentos que daí advieram, o setor agrícola e agroindustrial se tem apresentado particularmente resiliente. Na sessão de abertura, Rui Martinho, Secretário de Estado da Agricultura deu nota de que, se é verdade que outros setores viram a sua atividade suspensa, o setor agrícola e agroindustrial nunca parou, garantindo que "nada faltasse na mesa dos Portugueses”, tornando ainda mais evidente a sua importância para o país. Referiu ainda o Secretário de Estado da Agricultura que, todavia, para que tal fosse possível foi fundamental o lançamento de linhas de crédito específicas e adaptadas a esta nova realidade para apoiar o setor, linhas estas com a participação e apoio da Agrogarante, que visou facilitar o rápido acesso ao crédito por parte das empresas e empresários, mediante a prestação de garantias.

Num contexto de completa adversidade o setor primário foi capaz de aumentar os valores da exportação, crescer e escoar os produtos de acordo com os níveis de produção!

Mencionou também a importância da simplificação das regras, requisitos aplicáveis e seu respetivo controlo, para a Administração e para os Agricultores e todos os intervenientes do setor. Ainda no decorrer da sua intervenção, abordou a antecâmara do PEPAC, referindo a extensão do PDR 2020 por 2 anos e o reforço correspondente a estas duas anuidades, bem como um reforço que advém do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), na ordem dos 312 milhões de euros. Desta dotação, uma parte deverá reforçar disponibilidades no âmbito do Pacote de medidas agroambientais, como a Agricultura biológica, devendo o restante montante ser canalizado para apoio ao investimento, focado em áreas e objetivos específicos, nomeadamente a diminuição de custos de produção, eficiência e reforço da autonomia energética, agricultura de precisão, promoção de economia circular e renovação de equipamentos.

No apoio à economia, destacou-se o papel do Banco Português de Fomento, tendo a sua Presidente Executiva, Beatriz Freitas, dado nota de que o mesmo procurará dar um novo impulso às empresas, através da canalização das verbas de apoio disponíveis na economia portuguesa para a esfera das empresas. Desta forma, os instrumentos da garantia mútua continuarão a ser um dos pilares do Banco Português de Fomento, continuando assim a desenvolver trabalho conjunto com as Sociedades de Garantia Mútua, entre as quais a Agrogarante no apoio ao Setor Agrícola e Agroindustrial, um setor estratégico para Portugal.

Francisco Avillez, Coordenador Científico da AGRO.GES, na sua intervenção, sublinhou o papel muito positivo que a agricultura teve durante este período de pandemia, o grande esforço que fez para não parar e continuar a fornecer o mercado exterior. Francisco Avillez salientou também que um dos principais desafios que a humanidade vai ter nos próximos anos é a capacidade de abastecer em alimentos cerca de mais 3 mil milhões de pessoas até 2050, e que terá que o fazer com base em dietas saudáveis e acessíveis a todos, baseadas em sistemas alimentares sustentados. Neste desafio a União Europeia não se poderá colocar à parte e deverá ter que se enquadrar neste desafio. Nesta perspetiva Portugal tem que procurar nos próximos anos aumentar de forma sustentada e significativa a sua produção de produtos agrícolas e de bens alimentares. Deve fazê-lo contribuindo para um crescimento do valor acrescentado nacional, baseado em sistemas de agricultura economicamente viáveis, ambientalmente sustentáveis e realmente equilibrados. Destacou a importância da PEPAC, como instrumento fundamental e, ainda na sua intervenção, referiu a importância dos novos Pacotes de Intervenções, que terão uma importância estratégica para um desenvolvimento sustentável do setor Agrícola e do mundo rural. Por último, concluiu com a necessidade de incentivar a inovação e o investimento produtivo, para garantir um melhor abastecimento dos nossos mercados e uma melhor inserção nos mercados externos, sendo para tal necessário um tecido empresarial agrícola cada vez mais bem organizado, mais qualificado, mais inovador e dinâmico. Para esse efeito, os apoios financeiros para a inovação e a necessidade de divulgação das inovações já existentes, no âmbito da fileira do conhecimento, têm uma importância particular.

Na sua intervenção, Hugo Lobo, Vogal do IFAP, destacou o apoio prestado ao setor por via dos pagamentos realizados pelo IFAP no decorrer da Pandemia, com um acréscimo relativamente ao efetuado no ano de 2019, que resultou essencialmente dos pagamentos que foram efetuados no âmbito das medidas excecionais de apoio ao setor e da transferência de parte do envelope financeiro futuro do PDR 2020, para a vertente dos pagamentos diretos. O IFAP mostra-se naturalmente disponível para continuar a apoio o setor, no ano de 2021 e nos anos seguintes, dando sequência ao trabalho que tem realizado, através do pagamento em bom tempo das ajudas aos agricultores e agentes do setor.

Eduardo Sousa e Oliveira, presidente da CAP, reforçou o que Francisco Avillez havia afirmado, dando nota de que "a Europa está neste momento com uma preocupação tremenda ao querer estar na linha da frente em termos da descarbonização, em termos de preocupações ambientais, mas que não pode perder a noção da importância que é manter a população do espaço Europeu devidamente alimentada, com a qualidade que hoje já conseguiu atingir. Essa qualidade está ligada ao modelo de agricultura que, entretanto, foi possível implementar” O Presidente da CAP frisou a importância de melhorar as condições do interior e dos meios rurais, nomeadamente no acesso à Internet. Considerou fundamental não vulgarizar a palavra sustentabilidade, e, no contexto da importância de ocupação do território, destacou a importância de desenvolver agricultura economicamente sustentável. Para alcançar a Sustentabilidade Económica do Setor, é necessário que a mesma assente, quer em técnicas que garantam sustentabilidade ambiental, quer em sustentabilidade social, sempre tendo em vista a criação de emprego, a fixação de pessoas, e desenvolvimento de serviços públicos. Este desenvolvimento está associado a um dos capítulos da Ambição Agro, nomeadamente a digitalização, que poderá beneficiar e servir-se do PRR para que efetivamente venha acontecer em todo o território nacional.

Nota ainda para um agradecimento especial a todos os empresários, empresas e trabalhadores do setor que, num contexto de pandemia, nunca baixaram os braços e continuaram a trabalhar, sendo que o sucesso do setor se deve fundamentalmente a todos eles e à capacidade de trabalho e resiliência que demonstraram e continuam a demonstrar.

Carregue no link abaixo e veja o nosso Webinar na íntegra.

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